Gritaram no
campinho,
fui eu que fiz
o gol.
Era quase a
hora de ir pra escola,
hora de decidir
entre ser doutor
ou jogador
da seleção.
Os pequenos todos aprendendo a ler,
na lousa, S+A=SA, P+O=PO.
Revistinha da Mônica antes me ajudou,
levantei braço e não hesitei: “SAPO”.
Palmas dos colegas – nunca esqueci...
Os pequenos todos aprendendo a ler,
na lousa, S+A=SA, P+O=PO.
Revistinha da Mônica antes me ajudou,
levantei braço e não hesitei: “SAPO”.
Palmas dos colegas – nunca esqueci...
Dona Dalva falava francês,
mas dava
aulas de português –
um dia faltei
na prova,
e a rígida senhora
quis saber por que.
Em vez de
tomar bomba
tomei na
hora outra prova: nota dez.
Vi dona
Izadora, feia e zarolha,
quebrar
régua de madeira
na cabeça
do “burrinho”.
Vi dona Marlene
distribuir mini bíblia
e ensinar
música evangélica durante a aula.
Professora
Eliana não fez nada nada
quando na
sala o brutamontezinho repetente
me deu uma
cotovelada na cabeça.
Dona Claudete
gostava de minha leitura
e me punha em
frente à turma em fila
lendo
textos cívicos antes do Hino Nacional.
Professora Rialma
organizou um varal de poesia
num sábado
de evento cultural.
Leu alto meu
poema pros pais que visitavam:
“o autor é aquele
menino ali” - que orgulho!
Na última
aula, enquanto não chegava
professor
Maurílio me designara na lousa
tirar dúvidas
matemáticas de colegas.
Às vezes
depois da aula havia futebol,
mas eu não
era mais o moleque do campinho –
não era mais
o jogador da seleção.
Também não
segui carreira de doutor –
a maldita
da Física
nunca me deixou.
CRiga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário