terça-feira, 5 de julho de 2016

Voyeur



Limitadas espiadas atrás do arbusto falso
feito filme de guerra,
muro perturbado que Berlim não consentiu cair.

Tento mover-me à luz do dia,
e me vê calada, intrigada...
...a guerra só começou!

As trincheiras estão demarcadas
pela arma armada que escondo
na calça camuflada,
nos passos quietos a vigiar o teu almoço.

Tento me acalmar,
mas o livro de Clarice não me deixa!
Mato meu filho mais uma vez
afogado na privada da repressão.

Desejo teu ouro não invadindo terras,
mas sorrateiro, escondido,
invadindo manso de alma cálida
te roubando dos ideais, da paz doméstica
te fazendo revolução silenciosa sobre a cama
enquanto cai a blusa, a calça justa,
e eu caio soldado morto
torto de desejo
à beira do teu castelo.

CRiga.


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