terça-feira, 26 de julho de 2016

Silhueta



Santa sorte eu ter te encontrado
nesta esquina, nesta vida, ao meu lado.
Precisaram nem classificados de jornal
sinais de fumaça
mensagens de garrafa perdida. 

Uma busca inquieta pelos becos,
igrejas, macumbas, praias, serras
e fins de mundo.
Num deus que também erra
num diabo que também ama.

Encontrar-te assim etérea
às vezes nua envolta à bruma
às vezes rainha bela medieval.

Ver-te assim tão serena
às vezes loira, às vezes morena
um poema de Drummond
um conto de Caio Fernando Abreu.

Abraçar-te antes do sonho acabar –

antes dormir pra te encontrar
que viver
sem nunca te conhecer.

CRiga.


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