Santa sorte eu ter te encontrado
nesta esquina,
nesta vida, ao meu lado.
Precisaram nem classificados de jornal
sinais de
fumaça
mensagens
de garrafa perdida.
Uma busca
inquieta pelos becos,
igrejas,
macumbas, praias, serras
e fins de
mundo.
Num deus
que também erra
num diabo
que também ama.
Encontrar-te
assim etérea
às vezes
nua envolta à bruma
às vezes
rainha bela medieval.
Ver-te
assim tão serena
às vezes loira,
às vezes morena
um poema de
Drummond
um conto de
Caio Fernando Abreu.
Abraçar-te
antes do sonho acabar –
antes
dormir pra te encontrar
que viver
sem nunca
te conhecer.
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