quarta-feira, 30 de setembro de 2020

A confraria das tias inteligentes

 

Acreditam que a maquiagem
é mais pop que o Photoshop.

CRiga.


Me precavi na canção

 

O cara começa falando
se segura malandro
pra fazer a cabeça tem hora...

...no meio aconselha
quem não tem colírio
usa óculos escuro...

...e termina se queimando
queimando tudo até a última ponta!

CRiga.



Aos amores de setembro

 

A primavera já chega.
Mas ela já foi embora.

Girassol.
Flor selvagem.
Lenda de adolescência.

Tudo vai embora.
Tudo tem uma hora 
até o verão chegar.

CRiga.



terça-feira, 29 de setembro de 2020

Meu escritório é no rio

 

A brisa sempre bate quando é setembro,
dizem por aqui
que é até um vento!

Um pouco de brisa.
Um pouco de vento.

Estou dando um tempo
plugado no 220
neste final de 2020.

Aqui meu filho quis gritar
o escorpião no box, preto, grande!
Parou:
eu gravava mais um eletrochoque
ao meu chefe da companhia elétrica.

O meu escritório na cozinha-sala
agora tem cadeira de escritório
e uma sala de visita de cliente imaginário.

Besouros e futuros vagalumes
me darão ideias de presidente!

Borboletas, passarinhos,
a árvore que cresce!...

Me darão ninho e uma semente
que só têm as segundas
e boas intenções.

CRiga.



A boca

 

Quando cala, instaura a dúvida.
Se fala, é preciso cuidado –
inclusive para ouvir.

Pode declamar poemas
ou xingar o motorista.
Dizer que ama,
que tome cuidado na estrada.

Quando beija
no rosto é carinho.
Nela é paixão!
Às vezes só selinho
de carinho com paixão.

Engole sapos e outras bocas,
mamilos e mangas da estação.

Faz biquinho na selfie
e não sabe se portar
sozinha no metrô.

Quando se abre gargalhando é piada boa,
ou, no desenho animado, é o vilão –
hoje criança tem medo da bruxa má?

Quando sorri é tanta coisa...
Gentileza.
Leveza.
Amor.
Sedução.
Felicidade.
Lembrança boa.
Um “olá”.
Um “tchau”.
Mal difícil ser.
Geralmente é muito bom.

É maldita, é da noite.
Cochicha preces na igreja.
Grita um nome ao portão.
Serve pra ir a Roma
ou pra puta que pariu.

Sozinha sente a lágrima correr salgada
e engole o choro disfarçando a dor.

Às vezes nunca falou
e as mãos fazem a vez
e a voz.

Às vezes fala demais
inclusive com as mãos –
que digam nossos italianos!

Bate com ela é baixaria.
Dela pra fora pode até não ser sério,
mas às vezes magoa.

Pode dizer sobre tanta coisa boa...
por que então maldizer,
querer estragar os dias?

Dos buracos da cabeça
é o único sem par.
Mas quando pareia
incendeia!

Numa ceia dizem que traiu.
Em outros tempos tristes
entregou inimigos à fogueira.
Hoje engana fiéis
com fome de Verdade.

E canta!
Inclusive, paquera...
Morde e assopra.

Dilacera
por ódio
e por amor.

CRiga.



segunda-feira, 28 de setembro de 2020

...o infinito!

 

Enquanto digo que leio Drummond
acho que você lê nos meus lábios
que eu queria mesmo
era roubar um beijo teu.

Roubar, não...
Talvez entre o pronunciar de “pito”
e “infinito”
apenas capturar o teu rosinha batom
num toque (ainda) sem o desejo da carne.

Depois emprestaria o livro com uma condição:
de nunca me devolveres se não quiseres
que eu roube-capture novamente
aquele teu beijo antes do infinito.

CRiga.



sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Ampulheta

 

Observo e desejo,
tudo são apenas ondas.

E não percebo que a areia
praia da juventude
um dia acaba cedo demais.

CRiga.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Pau oco

                                                 

No meio da praça penitência
na silenciosa romaria
à escadaria da catedral,

não me bata a carteira
não me roube a certeza
que o meu tempo já passou.

Na via crucis ainda há uma oração
que precisa seguir cega, sem rancor. 

Tire sua juventude do meu caminho
que eu quero passar, muito devagar,
quero te comer com os olhos
aqui do alto do meu andor.

𝐂𝐑𝐢𝐠𝐚.



quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Insepultos

 

Somos culpados por esse gosto de vinho seco
que morre na boca sem o beijo.

A sensação do fogo contido
do erro, do engano fingido,
do gaguejar, do quase chorar num corredor qualquer
da vaga memória do coração partido.

Tua foto de óculos pra disfarçar o passado
e minha foto sem espírito, com sorriso universitário...
Cicatrizes que teimam sangrar marcando passos.

Somos condenados
por esse morto enterrado em cova rasa,
sem justiça, sem defesa.
Jaz na terra um aro preto já quebrado.
Jaz na lápide um sorriso triste desbotado.

Tempos assim de triste outono,
da terra fofa nascem as letras cinzas,
plásticas flores que a gente sempre rega.
Então ao pé da cova a gente para e reza
queimando as testas nos tocos de vela.

O sangue e o vinho se misturam na lama
depois de a chuva densa encerrar a tarde.
É a hora de apagar as letras e podar as flores,
apagar as velas e podar as dores
fugir às pressas e chorar baixinho.

Pois somos apenas os culpados
por esse gosto de passado insepulto
gosto seco
feito o beijo que a gente não deu...

CRiga.


terça-feira, 22 de setembro de 2020

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Pierrôs iluminam o beco

 

Eu sei que não sou Carlos.
Não fumei teu infinito
não aqueci tantos invernos.

Não ouso perguntar ao Chico.
A nota está encaixada na Banda
e ela ainda gosta de cachorro.

Impossível o fôlego de Caetano.
Odara, cortisona e coragem.
Impossível pra ele só o eco do Pi.

Eu sei que não sou Vinícius
e seus filhos melhor não tê-los.

Não sou Pablo nem Neruda.
Sou candidato a poeta carteiro
que só entrega boas notícias.

CRiga.




sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Músicas para ouvir bem alto

 

Porque o dia em que eu enlouquecer
o vizinho me verá te dedicando músicas
em meu imaginário radio-programa.

Mão direita em concha
no ouvido em busca do teu eco
no solo daquela canção.

No meu palco não tem roadie
que possa me guiar até você.

Nos rincões de um coração amargurado
a antena enferrujada
toca um rock monostereo.

Monges declamam pirilampos
e o ermitão da contracapa
ilumina a trilha de volta a você.

CRiga.



quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Casacos transparentes nas cadeiras

 


Então,
quem irá me capturar?

Os cadernos deixados sobre a mesa
ou a gentileza
de me fotografar?

Solidão é sólida
sólida como pedra
pedra dura que não quebra.

Na quebrada ele é conhecido
como o cara que fala sozinho.

Me deixa sozinho então –
meus demônios não têm medo
e os fantasmas bebem comigo
cada um em sua cadeira
cada um à sua maneira
cada um cantando sua canção.

CRiga.



quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Me procure no caderno


Não há verdades escondidas
Apenas as verdades já vividas.

Um diário de notícias
Com suítes e notas de rodapé.

Eu sou um homem de sorte
Porque a rima ensina a cuidar.

Eu sou um monte de folhas amarelas
De saudades escritas no erre gê.

Queria conseguir do teclado
A curva do dedo na assinatura.

Assinado alguém que resolveu
Um dia tudo tudo escrever!...

CRiga.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Porque essa é uma canção de amor


Severo júri estes teus olhos,
confesso e juro que me arrependo!

Brincos de argola, óculos redondos
e um jeito cobra de cobrar as dívidas
de um passado que não vai passar.

Mãos segurando o queixo
num olhar de acusação.
Linda apaixonante,
amedrontava porque não sorria
nem vingança nem sedução.

Na minha nuca pesaram erros,
nem nunca pesaram tantos assim!

Me entreguei pelo que eu já era –
tolo homem que rejuvenesceu
e se arrependeu.

Só sei viver te mandando recados
nestas bem formatadas linhas
de computador.

Mas meu amor, deixa estar –
todos nós matamos canções de amor.

Todos nós reinventamos o iê iê iê
pra tocar naquela mesma estação.

Todos nós temos coração!

Adolescente é a vontade
de cantar uma velha canção.

CRiga.


A doce guilhotina


A paixão move à arte,
o amor eterniza a obra.

A paixão escreve a história,
o amor mantém os mitos.

A paixão coroa os gritos,
o amor sibila a paz.

A paixão é o az da rodada,
o amor é o rei do jogo.

A paixão corre solta no pó da estrada,
o amor sopra tranquilo na alma da brisa.

A paixão é a tempestade,
o amor é a casa no campo.

A paixão destrói a fortaleza,
o amor instaura o jardim.

A paixão faz bater nas paredes
a cabeça que insiste pensar,

o amor
a decepa de vez.

CRiga.


sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Chico, Francisco


Tropeçavas anjo entre dois sexos
apesar de Clarisse ter escrito seu nome
muito antes,
num azulzinho céu de sonhos.

Mas fostes pela tangente, estrela cadente
em céu de noite igualmente azul.

No caminho, muitas pedras,
um bichinho tonto que assustou mamãe
e um Laércio que soube feliz da tua vinda,
mas que não pôde esperar-te com o colo de vovô.

Mas como todo bom plano tangente,
passeastes entre rio, santo e compositor.

E ficastes Francisco, irmão de Caetano.
Ficastes assim tão bem acomodado no ninho
que se ciscavas com Francisco, havia Chico;
se chiavas com Chico, salvava com Francisco.

Chico canta a Clarisse que não vem,
Francisco escreve a poesia que ela tem –
os dois, meninos dos primeiros passinhos,
hoje dão risada dos tropecinhos dela também.

Hoje, 14º aniversário desse menininho aí – parabéns, meu querido!

CRiga.


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Documentário


O que é lixo pra tua lente
é leão que mato na tua frente
em apenas mais um dia
dos meus apenas dias.

Só que eu mato um leão, mermão,
mas não mato a fome não...
Remexo lixo, machuco a fome,
olha os home!

Corre logo ou vai preso,
come logo ou vai morrer mais cedo
mais esperto, muito perto
daquela lente da premiada indiferença
e do leite a salvo feito sentença
ao lado da porta sempre fechada.

Captou a melhor imagem?
Que bom, posso seguir sossegado
roubando o tíquete premiado
pra estreia da tua movimentada sessão.

Daí não chora não, mermão –
tudo será só leite derramado,
sucesso garantido
nos gringos festivais.

CRiga.


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Paredão


Inteligência pode matar,
café também.

A burrice é mais bonita,
não compromete assim ninguém.

A vida é que é bárbara,
mas há quem aposte helenas na tevê.

Ninguém mais vê ninguém.
Ninguém sabe mais do caos,
dos maus, dos bons.

Eu quero ir embora,
esta zona não vale mais.

Eu quero ir agora,
fugir dessa santa escola
onde cabeças não vão rolar:

elas estão demais ocupadas
assistindo ao Big Brother
no grande dia da eliminação.

No paredão,
dizem que entregou artistas
à caça de comunistas.

Dizem que copiou o grande irmão
de um colega russo, sem perdão.

Dizem que visitou exposição
de homem nu.

Que cuspiu na cara gritando histerias
atropelando o vermelho do sinal.

A vingança veio, véio...
Vamos votar,
vamos esperá-la para o jantar.

CRiga.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Cafajestes


Eu me vejo manchando o teu vestido de casamento com o vermelho sangue de meu ciúme doentio – calma, sem páginas policiais: apenas a taça do vinho que a gente não tomou porque você estava tão atrasada pro fatídico dia da noiva, eu te dei carona e nem cobrei a gasosa. Então vai meu bem ficar tão lindamente atrasada pra gente brincar de rasgar vestido no ato consumado da festa da tua felicidade muito bem disfarçada pela pesada maquiagem cara, champanhe e padrinhos que gastaram uma graninha besta em presentes pra te ver feliz nas fotos do futuro álbum. Nem aquela cena ridícula de novela das oito existe mais nas igrejas pra eu te condenar, aquela que o padre pergunta se há alguém que tenha algo a dizer contra esse casamento que fale agora ou cale-se para sempre – diria mataram o mensageiro do amor com um tiro certeiro no peito, e, menos poético, teu noivo comeu tua prima por trás na tua cama ainda quente de manhã enquanto você tomava banho, tua família é uma farsa de corruptos e gente de passados duvidosos, você é a única que presta um pouquinho pra uma traiçãozinha nada demais antes do casamento... Mesmo na Santa Igreja não saberia mentir tanto. Casamentinho de merda! Me devolve então a grana Maria gasolina, Maria mãe de um deus que não acredito, Maria vai-com-as-outras-foi-comigo, ah, Maria! Eu te amaria tanto se você não dissesse sim, carregaríamos garrafas pelas ruas e cairíamos esquinas pelas noites sem fim até que alcançássemos a cama mais uma noite, a gente gritando urros de prazer na madrugada até o amanhecer te chamar praquele empreguinho de merda e o meu eterno vagabundear fingindo trabalhar numa redação de jornal. E só te trairia com escritos mais românticos, não marginais. E você se ofenderia. E por vingança finalmente se casaria, certa de querer ser eternamente infeliz.

CRiga.


quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Drops


Beijava o drops cereja
com promessas de para-sempre.

Mas o para-sempre perdeu o gosto,
e no bolso coube a vida inteira
dentro da carteira, uma foto desbotada.

Relançaram o drops nesse verão.
E eu não beijei,
só lembrei...

CRiga.


quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Ponto de desencontro


Só te chamei pra perguntar se é só eu quem sofre essa dor de desencontro. Se é sou eu quem sente esses sinais do tempo, nos sonhos, quando a gente se encontra e acorda triste, feito coração partido pela metade. Se só sou eu quem se sente boiando num céu azul de missões, feito enfeite pendurado no teto, de lá pra cá, à mercê dos ventos que entram pelas nossas janelas abertas. Por favor, fique e me diga que não sou eu apenas quem espera um dia, nesta vida ou não, estar ao lado da alma dos tempos imemoriais.

Sim, isto tudo parece loucura, é muito mais poesia romântica que sensatez, tudo bem: não precisa se sentir sem jeito por atender ao chamado de alguém que você não via há tempos, alguém que não consegue deixar-te apenas sobrevivente. Não me olhe assim, com esse rosto de quem quer condenar Nero à própria fogueira, e fugir deixando para trás as cinzas que também são suas. Eu sei que você se disfarça como eu, à espera, à espreita, de longe, não quero nem te desviar de qualquer caminho que te faça segura sobrevivente, apenas quero uma resposta que nos conforte por ora, o resto de nossas vidas.

Eu só quero saber se você também sente um coração nublado de vez em quando, quando você acorda, uma vontade de uma lágrima apenas no canto do rosto gelado pra lamentar essa ausência de você mesmo. Só quero saber se você também carrega consigo estas mesmas saudades do que nunca foi, mas com rostos e almas tornadas penduricalhos brilhantes naquele teto azul de um deus sozinho lá em cima, brincando de missões.

Se você não quiser responder, tudo bem... Vamos voltar à vida de sobreviventes com sorrisos e afetos fáceis e outros sinceros também, de luta intensa no silêncio descomunal e confortante de deuses solitários, perambulando por aí de jeans, tênis e óculos de aros pretos, procurando sentido nas fáceis multidões. Vamos voltar aos nossos tetos reais sem penduricalhos, sonos pesados de cansaço, sonhos de veludo, manhãs de cheiro de asfalto molhado e luzes amarelas refletidas no chão dando o tom de desencanto pelo resto do dia. Pelo resto da vida.

Vamos enfim lamentar este encontro ou apenas beber ao reencontro cômico regado a fantasias sinceras. E vamos rir disso tudo então, dizer como seria se você tivesse voltado a passar naquela minha rua, como seria se eu tivesse dado a resposta sincera e não aquela defensivinha de garoto bobo. Comemorar como a vida é louca, esse vaivém de gente que nos invade e que parte sem dizer adeus.

A gente então pode rir alto feito gente feliz, e não precisamos nem mais tocar nesse assunto tão amargo e perigoso. Forçando a hora de ir embora, vamos olhar nos relógios procurando muros, trincheiras e saídas de emergência nos ponteiros. Vamos fugir dessa situação embaraçosa e caótica de falar sobre coisas e tempos que precisam ser descoisadas e arrancadas do DNA das horas. Vamos fingir olhares apressados mas saudosos, firmes na despedida. Vamos nos despedir apenas com um tchau, foi legal, enfim...

Ou vamos talhar com o punhal seco dos tempos a ferida, olhares molhados, bocas trêmulas e mãos dadas sobre a mesa do bar vazio. Vamos escancarar essa doideira de sentir saudades do que nunca foi, mas deveria ter sido não fossem os ventos na janela sempre aberta daquele aventureiro deus onipresente. Vamos amaldiçoar os desencontros e admitir que não estamos mais prontos pra reconstruir passados que não passaram. Vamos apenas pôr na mesa essa intensidade de nos sentir almas tão ligadas no tempo, que se encontram de quando em vez nos sonhos, em outra dimensão. Vamos fazer um pacto sem prazos nem condições – apenas de confiança em planos divinos e seus penduricalhos brilhantes que só precisam de polimento. Vamos chorar de verdade. Vamos chorar a verdade. Vamos esquecer da verdade.

E vamos embora, enfim, apenas demarcando território: eu sou seu, você é minha e ponto final, os desencontros a gente resolve depois. Um brinde, meu amor, um brinde aos nossos desencontros necessários à sobrevivência da poesia e dos doces barulhinhos que fazem os penduricalhos do teto de deus, quando bate um vento de saudades e eles se esbarram no seu céu azulzinho de missões.

Adeus, meu amor, até mais, até o próximo vento de janelas abertas. Até o teto azul finalmente nos soltar e cairmos ex-penduricalhos, mas de pé, sem mais necessidade de polimento e de desencontros. Apenas nós, um encontro marcado, sem segredos, e uma casa com penduricalhos de anjinhos à porta. E aquele doce barulhinho à leve brisa, na varanda, aos finais das tardes que finalmente serão nossas.

CRiga.