Folhas caem
corações partidos
no asfalto
muito caro da cidade feia.
Houve
outonos em que os poetas fugiram,
poetar nas
mesas de outros bares.
Há um cravo
amassado no bolso do casaco.
Barba a
fazer, inverno no passeio público,
um olhar
entre procurar rostos conhecidos
e amores
imperfeitos.
A moça que
colhia flores na praça
não acha
mais graça na primavera.
Ontem ela
chorou uma lágrima quase seca,
saudades do
primeiro namorado.
No último
dia do verão, dizia uma canção,
“nunca me
senti com tanto frio”.
Não houve
nem amor pra subir a serra,
pombos decoram
o mar impróprio para o banho.
Quem sabe
os céus do outono.
Quem sabe o
cobertor do inverno.
Quem sabe a
leve chuva da primavera.
Quem sabe a
breve folga no verão.
Haverá um
dia em que ela
não falará
mais tão alto assim.
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