Mamãe
deixada só
deixou
rastros também, distantes,
até o
penhasco, uma vida inteira.
E ela sabe
que há uma bruma densa
depois da
queda brusca, ela tem medo
de seguir
os passos de mamãe.
Quem ouviu
o grito, ouviu a noite
e ouviu a
vida inteira.
Os sapatos que
traziam pó,
na volta do
dia de trabalho.
As vitórias
dos dias do Leão amigo,
hoje apenas um diferente
marido.
Hoje não
tem mais leões brigando,
estão
velhos os nossos leões...
A roupa
disfarçava, mas ela era
a mesma
menina de sempre.
Mamãe estava
no quarto
lendo Alan
Kardec.
Medo de
descer a escada, sorrir,
dar um
beijo de boa noite
e contar
histórias de família.
A mesma menina
que ensinava
o irmão a
ler na revistinha
da Turma da
Mônica,
depois que
papai, de novo,
ter ido
embora noutro domingo –
liga não a
bofetada,
o soco na
barriga.
Tem um
caminho suave
que não estava
na cartilha
de nossas
segundas-feiras.
CRiga.
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