segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O missivista da perdida garrafa


Meu antigo amor,
minha amiga, meu sonho que passou,
recheado e enfeitado
com tudo o que aprendi.

Nada aprendi!

Minha doce impressão
de amor abandonado na esquina –
por que só quando a gente envelhece,
sonhos resolvem nos corroer
e os olhos aceitam o perdão?

Não me reencontrei.

E perdi a ideia de quem és,
perdi rumos e rumores,
um cabelo feito pra reconquistar
e uma juventude toda pela frente
só pra recomeçar.

Minha cara, meu segundo rosto,
te escrevo o sangue inútil 
deste cansado coração sem mais letras.
Aguardo novas notícias tuas 
num selo carimbado de ilusão.

Triste coleção.

CRiga.

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