terça-feira, 30 de agosto de 2016

Sentinela


Estamos nós atados,
cuidado, o inimigo subiu no telhado.
Amigos, futuros prisioneiros.

Pular do trampolim,
há o barco merecido de espera.
Sem o mesmo rum, mas rumo à ilha tranquila.
Cabe só esforçar-se no remo,
talvez haja uma boa maré.

Mas pular pode dar a impressão
de batalha perdida.
Mas e quem quer guerrear?
Os operários do velho navio têm medo
por não ter nada a provar
ao capitão embriagado.

Estamos nós atados –

ficar é ter que varrer a sala do gato
que virou rato de coroa emprestada;

pular é dar o mapa da honestidade
pros piratas restantes rasgarem ao vento.

Estamos nós atados,
mas acho melhor se jogar, amarrado,
chegar calmo sobrevivente à ilha
antes da nau enlouquecer no mar.


CRiga.

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