O menino corre descalço,
não há mesmo muita sorte.
O asfalto ainda é o mesmo:
sem asfalto, terra batida
barro quando chove,
lamaceira debaixo do travessão.
Mas ele grita gol, o único na vida.
E ele corre.
E ele sabe
que um dia ele morre
em qualquer esquina dessas.
O menino cresce, ainda corre descalço.
Há a morte, o percalço.
Na esquina cheiram cola, cocaína,
na vida falta gol e sobra tiro.
Não há mais grito, nem de dor.
Só o dia seguinte
com notícia de tarja preta no jornal
ao lado da manchete
da final do campeonato:
da final do campeonato:
“Finalmente, campeão!”
CRiga.
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