quarta-feira, 29 de junho de 2016

Dó, Si

Eu não tive o brinquedo que pedi,
mas vi meu Noel sem jeito
quando contava migalhas do bolso.
Ele era muito bravo,
um adulto de dar dó.

Eu comi o x-salada que queria,
ela sacou da condução a ficha no caixa.
No balcão da lanchonete
a coca-cola foi pela metade
oferecida por um adulto com dó.

Eu vi meu vô pelado na sala.
Ele assoviava, nu com sua dor.
Criança, eu não sabia
o que era sentir dó.

Dó de mim
minha vó prometeu me defender,
bola de meia em cheio, vidraça quebrada,
quando mamãe chegasse cansada.

Dó, ré, mi
faz favor de cantar pra mim
um sol lá no meu futuro?
Pode ser de si, o melhor?

CRiga.


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