quinta-feira, 2 de junho de 2016

Cigana


Não poderás mais escrever poemas, pois tuas mãos ficaram entre as minhas pernas, e dentro de mim compunha o que poeta nenhum ainda conseguira descrever em palavras.

Não poderás mais cantar tuas canções, pois tua língua ficou nos bicos dos meus seios, na minha língua, nos meus lábios, boca, pescoço, peitos, ventre, púbis, até a eternidade!...

Não poderás mais ver o pôr-do-sol, pois teus olhos viram meu espírito viver no teu corpo, sentir a tua carne, e chorar de prazer quando me tocavas, e de tristeza quando partias...

Tenho certeza, não poderás mais nada. Por isso sei que voltarás, pra buscares tudo o que te pertence. Inclusive eu.

CRiga.


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