Mergulhado
se esquece
que a morte vem
trotando,
avisando.
Uma voz rouca
ao telefone.
Às vezes
apeia o cavalo
deixa
aproveitar o chá das cinco
com as
rosquinhas de leite
que enganam o
espírito.
Mas uma hora
volta no pó da estrada
chega de
madrugada, silencia os grilos.
Põe as cartas
marcadas sobre a mesa
e não adianta
protestar –
é sua
assinatura ali grafada
as fotos
então queimadas
num canto do
velho quarto.
Caem ao chão
o rosário,
a Nosso
Senhora negra que dava medo
e o livro de
Alan Kardec –
deixa quem
fica defender quem vai,
leva quem
nunca perdeu a fé.
Mergulhado
nas gotas diárias do ácido,
se esquece
que o seu corpo também padece.
Antes a morte
leva alguém.
Depois, leva
você também.
CRiga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário