João de Nada nadava no mar
tentando
juntar
os cacos de
sua vida –
pedaços de
uma fotografia
rasgada por
insensatez.
João de Nada
não amava mais
e resolveu
abraçar o mar,
feito quem
abraçava pela primeira vez
o primeiro
amor de uma vida inteira.
João de Nada
nadava no mar, lutava –
a vida
parecia o horizonte perfeito
e então nadou,
nadou e nadou...
João de Nada
em sua última braçada,
a fotografia
rasgada colada na pedra do cais,
não precisava
procurar mais nada.
Porque a vida
já não era nada
e João era
todo o desencontro existente.
Quando o sol
se pôs no horizonte
e João de
Nada não era nada mais,
ele também já
não nadava mais.
Foi uma
última brisa que viera lhe soprar
que sua vida
já era tempo
de acabar.
Soprou
que João de Nada
não sabia
nadar.
Mas que João
de Nada
sempre amou o
mar.
CRiga.
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