Durante a ceia escassa de nossa aldeia
Você trouxe o
vinho da bebedeira
Brindou como
um velho amigo que voltou.
Na noite do
nosso sono confiante
Você
portou-se como um amante
Roubou o ouro
e apenas acusou.
De manhã
jogou o velhinho de lado
Cercou o
jardim com arame farpado
Botou soldado
raso vigiando as flores.
Meio-dia
tomou a casa de assalto
Gritou “todos
de mãos pro alto”
E fez seu
escritório em nosso quarto.
Daí
No novo
almoço fez ode à tirania
Enfiou goela
abaixo uma soberania
Prendeu
padre, parente e vizinho.
Daí
Rasgou a
Bíblia e a Constituição
Sorriu
arrogante na televisão
E deu de
ombros ao que estava escrito.
E aí?
Como aceitar
o novo inimigo?
E deixar
solto o velho bandido?
Ignorar a
verdadeira paz?
E aí?
Como
acreditar no falso profeta?
E encarar a
face do poeta?
Os nossos
dias já não voltam mais.
CRiga.
(Sonhei com invasão de marcianos
e acordei com um Brasil
depois das eleições...)
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