Tanta gente erra o alvo
e eu,
sem-terra, fui acertado.
Tanta gente é
herói de guerra
e eu,
sem-terra, virei aberração.
No meu bolso,
semente da liberdade.
O meu solo
foi estuprado
nele plantado
um balaço disparado
por quem eu deveria
confiar.
Agora tenho
terra pra morar
plantado nela
feito semente
somente pra
brotar injustiça.
Condecorado
ignorante da Terra
sem terra,
sem teto,
sem moral e
sem dinheiro.
Dizem alguns,
brasileiro.
CRiga.
(Caderno
Azul, 1997)
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