Queria agora
que chovesse a chuva confortante
dos fortes
que também choram.
Água pesada
que faz barulho no asfalto ladrilho,
aquele cheiro
fresco que se perdeu na juventude.
Água benta
rebatizando o espírito cansado.
Chuva que
encharca a camiseta e o casaco
eu e você
em diferentes
estações.
Água que
dilui lágrimas etílicas,
lágrimas que
ardem no machucado.
Meu rosto tem
coragem de encarar a tempestade,
a idade tem
medo de se afogar num copo vazio.
Queria agora
que chovesse a primeira chuva,
aquela água
que purifica, perdoa e lava o sangue.
Essa
tempestade de primavera
só condena a
gente à louca espera
de se
alcançar em algum verão.
CRiga.
(Primaveras
se atracam
e a chuva
vira lágrima:
pai e
filho se machucam
e dispersam os verões)
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