Talvez eu não tivesse o direito
de enterrar
assim o velho amor.
Talvez ele
nem estivesse morto.
Talvez ainda
respirasse moribundo
dentro do
caixão.
Mas antes que
eu pudesse me arrepender
no cemitério,
no meio do caminho,
feito ressureição,
lá estava
ele, o amor –
imponente
inegável
jovem e belo.
O que fazer?
Correr,
ignorar?
Eu não sei
rezar...
Olhei no
fundo de seus olhos claros
como quem se
esforçasse
em reconhecer
um rosto esquecido
depois de
muito tempo.
E então
ressuscitei!
Eu não sabia,
mas me enterrara também
naquela mesma
tumba cujo epitáfio
trazia em
letras garrafais:
“JAZ AQUI
O AMOR QUE É
ETERNO”
CRiga.
(Caderno
Azul, 1997)
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