segunda-feira, 7 de março de 2016

Saudade púbere



A poesia de te ver
não me julga
nem me faz sofrer.

De nada adianta a poesia aveludada
que não diz nada -
não bate na relva púbere molhada
nem na batida terra da solidão.

Você de rosinha estudantil na calçada
com pressa,
e eu com saudades dos cravos
na sua testa.

Haveria entre as tuas pernas com pressa
a mão que passeia sabendo aonde vai?
Haveria entre as minhas mãos tão presas
a coragem de passear sabendo se perder?

De nada adianta mesmo, Carlos,
desaveludar
drummondear...

Dessa púbere poética apenas resta
uma velha escrivaninha encavada
rangendo um despolido cedro dentro de nós.

CRiga.



Nenhum comentário:

Postar um comentário