terça-feira, 22 de março de 2016

Meias palavras à meia idade

Bem-vindo à sorte,
apenas a morte das palavras sem adjetivos.
Um direto na veia violeta
e o sangue dizendo verdades sem rodeio:

Eu te odeio,
eu te quero.
A espera cheira a pó
e tenho dó do amor perfeito.
Dispenso o bater de cabeças
nas paredes e pôsteres da adolescência.

Prefiro a indecência mesmo -
comer minha mulher por trás
e ficar seguro às noites
lendo um livro de Érico Veríssimo.

Coisa de velho sem adjetivos,
sem emoções de extremos na noite, talvez?...

Pode ser.

Mas a hipocrisia mata mais,
e hoje prefiro apagar a memória do computador
a forjar histórias que ficaram pra trás.

CRiga.


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