Tem dias sim que é melhor a ignorância
santa. Quem canta muito vai bem, obrigado, mas quem ri de tudo é desespero,
dizia Vitor Hugo. Nem vale tanto a cerveja gelada, uma conversa de revoluções
de quem tem o diabo do conhecimento no corpo. Talvez nada aconteça. Talvez
tudo. A garoa queima o rosto. O líder sorri de novo, mas os gatos da rua
finalmente saíram das latas de lixo, as moradas perfeitas. Resta rir das
piadas, miadas. E escrever um conto com o nome do laranja-amigo, ganhar os dois
mil, porque isso é menos crime que corroer feito ácido invisível pelos cantos,
miando, subindo aos poucos, mijando nas cabeças. Dizer amém jamais! Viver na
santidade da ignorância talvez seja melhor. Mas não abro mão das minhas letras –
nem que tenhamos que voltar à doce ingenuidade de acreditar em líderes que
sorriem de novo, ou acreditar que Deus é um puta músico-poeta do caralho... Lá
em cima do piano tem um copo de veneno. Quem bebeu foi um poeta, famoso depois
que morreu.
CRiga.
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