Horizonte
foi mais largo quando eu vi você partir,
pontinho
preto num sol vermelho
morrendo no
fim da tarde.
Sobrara um
gole do vinho tinto
na tua taça
sobre a cadeira de balanço,
e eu
chorei,
corri à
estrada escura,
perdi-me no
pó levantado pelo vento leste
e fui barro,
à lua cheia, à noite inevitável.
Quando
amanheceu,
varanda e
vinho eram os mesmos,
e a
estrada, horizonte,
não trariam
você de volta.
Quando
amanheceu,
meus olhos
eram mais velhos,
e você
pedia pra eles nunca envelhecerem.
Meus olhos
estão velhos, meu amor,
porque você
esqueceu de deixar comigo a fórmula
de nunca
envelhecer...
A varanda
ficou velha
o vinho
ficou velho
e a
cadeira, de tão velha,
balança
sozinha, no vento leste,
esta besta saudade da inocência.
CRiga.
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