segunda-feira, 14 de março de 2016

Aquele garoto morava numa clínica


Escreve muito, o dia inteiro, pulso vermelho desenfreado. É uma conversa desconexa com qualquer deus ou com demônios que explodem do inferno dos espetos na sua cabeça.

Que venham as cenas:

Uma garota, uma risada debochada, um olhar qualquer, uma carta e um buquê vermelho diretos no latão da escola. Choque. Rejeição. A tempestade quase morta num óculos fundo de garrafa. Mãos puxando loiros cabelos, apertando o pescoço fino: a garota nunca mais acordou, o garoto nunca mais dormiu.

Naquela clínica tranquila feito céu dos loucos, espocava de sua cabeça aqueles poemas sem nexo, até a hora chegar cavalgando dilemas sobre a mesa. Pulso amarrado apertado não sabia por que, salinha-gaveta quente fedendo a carne queimada. Um espeto na cabeça, algo explodiu - e não era mais um poema…

CRiga.

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