quarta-feira, 3 de junho de 2020

Demônios me visitam


Eu bebo um gole.
Esta vida não me pede muito mais
do que isso agora.

Não sei de trilhas
atalhos ou trincheiras –
cedo ou tarde a hora chega
e eu não vou ficar contando estrelas.

O corpo que ferve já nem sente
as unhas que procuram frear a pele
que denuncia um mal que dorme.

Quero logo terminar as obrigações.
À noite sei mais de mim, não saio,
fico em casa, talvez um rock
e mais um gole.

Eu fico em mim com a certeza
que sei fazer o que me proponho,
mas não sei controlar as feras feias
que forçam as grades
como a Monga do Playcenter.

Minha pele são as grades.

Esta vida de criação cristã
me fez ter medo de lobo mau.

Ele bebe comigo
depois vai embora.

Então eu pago a conta
e faço de conta
que Deus vai me castigar.

CRiga.


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