sexta-feira, 12 de junho de 2020

As simples letras pepitas de acalmar


Não adianta mesmo coçar-se
coisas que não são tuas.
Níqueis sem rostos de presidentes
caem dos bolsos furados –
nada paga a paz de espírito.

Há um Brasil que tolhe direitos,
e até ser simples neste garimpo
custa caro como o desperdício
na Assembleia Legislativa.

Há valor às minhas letras,
não caras nem bancando
a coluna social.
Nem raras que sustentem
o carnê do falso lar.

Vá lá! – é preciso mesmo
muita simplicidade, meu amigo!
Mas não me venha com “o faxina
que virou empresário
e até um deputado!”

O valor que se paga é pepita d’alma,
a minha alma!
Ladrilha pedrinha de brilhante
ao meu amor que não passou. 
Se essa rua se essa rua fosse minha
eu não vendia, eu não vendia.

As letras pagam meu cobertor de ouro,
a alma é nua!
Esperança menina que orbita boba,
solta, singela num poema.

CRiga.

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