quinta-feira, 11 de junho de 2020

Alma seca feito junho


Sou capaz de encher o copo,
dar de beber à alma
assim seca feito junho?

Não é tarde
e eu te espero sem novidades.
Seus planos brilhantes me dão calma,
a alma do passageiro no melhor lugar.

Recorrer à memória é apenas correr
fugir de não sei o quê –
este bicho feio sem forma e sem letras.

Ontem eu caminhava esquinas amigos meus
desfilava um caderno azul quase roubado
por gente que não sabia fazer poesia.

Hoje sou marginal preso em mim
pelo crime maior de não aguar as plantas
e a alma seca feito junho.

CRiga.


   

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