quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Desculpe, poesia...


Terrivelmente assolado
por uma palavra apenas.
Não pela palavra. É por qualquer palavra!
O que falta é dividir dores incomunicáveis –
os jornais de amanhã não publicarão sentimentos.

A procura sempre cansa,
falta tempo de colher do teu sorriso
um por que dizer das coisas belas.

Eu me recolho,
um olho no sangue que corre
outro no moribundo que não morre.

Uma mão escrevendo receitas de bolo
nos espaços em branco do jornal;
outra segurando a tecla ON
do equipamento de respiração.

São dias de criatividade ao contrário,
apenas gritos abafados, nada construirá.

Falta tempo de colher da tua doce distração
um por que fugir a tempo de não me tornar
apenas
pedra peso para papéis desimportantes.

CRiga.


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