sexta-feira, 11 de outubro de 2019

As horas que encolhem


Eu poderia morrer daqui a pouco.
Escrever uma canção de amor.
Tomar uma xícara de chá.
Esperar. Não sei bem que.

Viveria na marra, amarrado.
Não te daria o céu, meu bem,
nem usaria adoçante em vez de açúcar
até a hora de esquentar o teu almoço.

Quando moço eu tinha uma luz,
cantava o que viesse sendo bom.
Bebia nas esquinas, amigos meus
esperando de novo a nova noite.

Eu poderia ter morrido ontem,
mas antes eu escrevera sobre o amor.
Deixei de beber leite para crescer,
as horas encolhem. São 44 do segundo tempo...

CRiga.


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