Palavras em
branco.
Nem no tranco
estes dias.
Estanco hemorragias
anêmicas.
Artes cênicas
e falsas nos trens lotados.
Os subúrbios eram
românticos e amados.
Periferia só dá
o bom e velho hip hop.
Assopre a
cinza mofada do casaco.
Tá calor e nem
poesia as meninas dão.
O que falta
sim é a chuva amiga e amante.
Seu cheiro de
cio sobre o asfalto.
O som do pneu
na noite sem clima,
lançando
fagulhas elétricas molhadas
contra a luz
amarela desta cidade sem graça.
Eu vejo um relâmpago
de esperança.
Será que a
chuva nos alcança esta noite?
Palavras negras
são magia pra libertar.
Lance mão do
ódio à política.
Da ode ao
amor perdido na esquina.
Em cima do
piano houve um copo de sereno,
ele respirou fundo
a melancolia das manhãs.
Pois quando
eu tragar o encanto num ua ua,
círculos de fumaça
me darão corcéis voadores.
Aí eu fugirei
de ti –
pegarei papel
e caneta
pagarei uma
promessa
e te afogarei
nas tintas que correm sangue
no cateter do
caráter
curando
feridos
espalhando
cacos de corações partidos.
Só um efeito de
guitarra pra explodir o silêncio,
num novo
rock, a mesma velha e boa canção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário