Fórmulas mágicas para deixar de querer adivinhar o futuro a partir dos parcos sinais de hoje. Faz tempo que não sente a apreensão do gênero operário, a ameaça dos Brasis de hoje, porém declarada apenas no silêncio dos novos vencedores. Antes, houve apenas o remoer de não se lembrar como se faz alguém feliz. A incapacidade de fazer feliz.
A
incapacidade de se partir estas correntes donas do seu amanhã; de moldar o
futuro dos filhos a partir de sua vontade e das certezas colhidas de uma
vivência plena, independente – não de favores dos vendados olhos do poder;
sermos os famosos “donos do destino” – será mesmo que existe alguém assim?
Apenas
ele vê a varanda ameaçada quando este vento torto faz a madeira debater-se
querendo despertá-lo da languidez. Apenas ela lembra do pito dividido da
Mariquita de Drummond.
A
voz dela lhe abala quando ele fala sobre seus medos. Mas a voz dela também lhe
acalma, como o rio profundo que atravessa a cozinha de Adélia Prado.
“Lembre-se
de nosso vinho de hoje à noite. E pare de se coçar!”
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