Cada punhado nosso
é moldado na
esperança de parecer
sempre tão
lindo e perfeito.
É um esforço
incrível!
Não deixar
nenhum grão cair
pelo caminho
da areia quente.
É a velha e
santa missão:
trabalhar com
tanto cuidado,
fazendo o
melhor que se aprendeu.
E o teu
castelo sempre ali na margem
pra você corrigir
alguns defeitos.
Mas você nem
sabe
que tudo não
passa apenas
de mais um
domingo de sol.
Que uma hora a
maré avança
e que você precisa
ir embora.
E de repente arrasado
você percebe
que o vento
natural da tua praia
também vai
levando aqueles grãos.
Não adianta
correr feito louco pela orla
com palavras
bonitas ou ameaças –
já foi, voou,
construindo outros castelos
que não têm mais
nada a ver
com cuidados
de filtro solar.
Resta sim aquela
triste areia do fim da tarde
correndo
rápido demais –
areia de
ampulheta, o tempo é implacável
e você não
percebeu.
E no mergulho
no balde de água fria
você
simplesmente cai em si –
mesmo assim,
esperançoso
bobo,
com lágrimas
na boca.
E da praia
você sozinho apenas descreve
uma tarde do
futuro –
um sol ameno,
na varanda,
menos praia
a visita de
domingo
a ver
fotografias.
E aquela
areia agora nos olhos
que só faz querer
chorar.
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