quarta-feira, 29 de maio de 2019

Corda bamba


Às vezes a vida é dura, pendura uma peça.
Quem tem pressa
também tem preço.

O cigarro aceso, o arco teso
esperando a fácil presa.

A farsa e o farsante
o sangue
o corante.

Às vezes a gente corre
morre dormindo
sonhando com vida melhor.

Quem tem preço tem pressa
porque a farsa cessa
o sangue cora
e o farsante chora.

Às vezes a vida corre
fácil feito correnteza.
Leva a certeza no curso
de que escura só a noite
que inspira e vence o medo.

Quem tem pressa também tem medo
porque a farsa cessa.
E no final quem tem preço
é quem tem mais medo
de não conseguir chegar.

Quem tem pressa e preço
um cigarro feito pra queimar
um arco feito pra matar.

Uma farsa feita verdade universal
caída estirada
num simples ponto final.

CRiga.

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