Preciso mesmo é de um dia de chuva grossa,
o som das
lâminas gotas contra a janela.
Calma. Cama. Silêncio.
Um sono que vem e vai.
Meia luz. Sem culpa.
Um sono que vem e vai.
Meia luz. Sem culpa.
O dia as
pessoas nem nada vão parar
para você
passar
com sua
tristeza disfarçada.
Sua alma
pesada, sua vista cansada.
Com tanto a
se fazer o precipício soletra
o nada.
Poeticamente.
Pateticamente.
E eu não
posso pular. Não quero pular.
A pele
denuncia a bigorna sobre os órgãos
fervilhando
pequenos vulcões em cordilheiras.
As unhas
acendem as lavas às vezes vermelhas
e o coração
silencia em letárgico descompasso.
Pleno sol de
alma daltônica e afônica
e um sorriso
sem graça que provoca afta.
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