Estou louco. Sou. Só agora sei.
Suspeitava.
Suscitam
vulcões na pele.
O sangue não
é de todo ruim
mas não para
de sangrar.
Sintomático.
Sinto muito,
automático
provoco feridas
em mim e em
quem mais amo.
Os pés no
chão me esfolam o corpo todo.
Eu desaprendi
a voar fugindo da dor.
Um rapaz se
matou enforcado
na casa ao
lado.
A vida que é
muito louca –
a mãe
acarinhou seu rosto perguntando-se por que
e o pai quis
forrar a garagem
pro morto não
sentir o chão gelado.
Na verdade
ninguém sabe muito bem
por que a
corda nem sempre arrebenta
do lado mais
fraco.
Faço um trato
–
os domingos
não serão mais loucos.
Apenas eu, à
beira dos barbitúricos
que um dia
mataram Elis.
Eles não vão
saber por que –
nem eu sei
por que minhas unhas cavocam
sôfregas
procurando segredos nus
na pele
branca agora em chamas.
E me chamam a
atenção.
Eu me chamo
louco.
Uma pessoa
então comum.
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