Ferve a
engrenagem na cabeça,
palavras que
me darão o pão.
Me darão o
não te escrever
a vida
métrica harmonia.
Não é
obrigação desmofar.
É óleo pras
roscas industriais
girando,
girando
macetando miolos
até cansar.
Eu preciso
dos cinco minutos
depois do
despertar em plena tarde –
é a fumaça que
denuncia
a
exploração da fábrica de palavras.
Eu preciso
dizer que não sou assim,
que não
tenho os pés no chão
mas que caminhei
até aqui.
Um dia a
menos me dói
deixar de
te dizer
as coisas
que ainda sei muito bem.
Engrenagens
falham, vão pro ferro velho.
Que delas
então se façam as esculturas
do museu da
praça de guerra.
Na terra eu
planto um novo morango
e um amigo meu
deve me responder
se quarenta
e duas primaveras
têm a força
de fazer florescer.
CRiga.
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