Há um
desafio, um fio de voz,
e eu não
tenho tempo –
sou apenas
o silêncio torto
contemplando
a foice amiga rasgar
o peito pra
me resgatar.
Há laços
que se fazem nós
sob os pés
cansados, eu não sei fugir.
Precisam de
mim pras tantas missões
e eu sou
navegador sem ambições
nesse mar
de rimas pobres.
Eu me
acorrento à velha âncora
com medo de o maremoto me levar.
com medo de o maremoto me levar.
A fuga pela
praia só tem mata
não tem
horizonte, eu preciso chegar lá.
Eu carrego
nos dentes a corda de enforcar
e espero
parado o mar se abrir.
Eu preciso
chegar a tantos lugares,
tantas rotas,
me encontrar.
Mas entre
tudo o que me prende,
a tarde de
outono sopra maliciosa
a pergunta cortante
faca afiada
na face ao vento:
o que você tem
feito, camará,
pra de fato
ser feliz?
CRiga.
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