segunda-feira, 10 de abril de 2017

Quarenta e duas léguas


Não há crime o caleidoscópio mirar
a doce psicodelia das cores da rede
que esvoaça à varanda em Piraju.

Dia vinte e sete deste ano –
pra quem enxerga mapas de inferno astral
eu vejo quarenta e duas opções
de não morrer sem ter escrito um livro
ter plantado uma árvore, ter um filho.

Os clichês são belos, amarelos
verdes anis brancos e uma ordem:
falta chão nesse quarenta e dois!

Há quarenta e duas mil cores,
elas brilham no fim da tarde outono.
E o que me incomoda mais, poeta,
neste restim besta de vivência,
é amigo meu eleger a rima pobre
e só enxergar sobrevivência!

A gente pode tanta coisa, meu amor,
até sonhar com rede, rima, cor, caminho.
Me dá carinho, a senha entre as tuas pernas,
eternas pernas de inaugurar histórias.


CRiga.


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