quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Compromisso caseiro de vida


Fórmulas mágicas para deixar de querer adivinhar o futuro a partir dos parcos sinais de hoje. Faz tempo que não sente a apreensão do gênero operário, a ameaça dos Brasis de hoje porém declarada apenas no silêncio dos novos vencedores. Antes, houve apenas o remoer de não se lembrar como se faz alguém feliz. A incapacidade de fazer feliz.

A incapacidade de se partir estas correntes donas do seu amanhã; de moldar o futuro dos filhos a partir de sua vontade e certezas colhidas de uma vivência plena, independente – não de favores dos vendados olhos do poder. “Dono do destino”, mas será mesmo que existe alguém assim?

Apenas ele vê a varanda ameaçada quando este vento torto faz a madeira bater-se querendo despertar da languidez. Apenas ela lembra do pito dividido da Mariquita de Drummond.

A voz dela lhe abala quando ele fala sobre seus medos. Mas a voz dela também lhe acalma, como o rio profundo que atravessa a cozinha de Adélia Prado.

“Lembre-se de nosso vinho de hoje à noite. E pare de se coçar!”

CRiga.


Nenhum comentário:

Postar um comentário