Estou
louco. Sou. Só agora sei. Suspeitava. Suscitam vulcões na pele. O sangue não é
de todo ruim, mas não para de sangrar. Sintomático. Sinto muito, automático
provoco feridas. Em mim e em quem amo. Os pés no chão me esfolam o corpo todo. Eu
desaprendi a voar fugindo da dor. A fumaça ajuda a brisa, o vento traz a chuva
e o doce cheiro do asfalto. De longe, o suspiro ofegante me devolve a mim.
Um rapaz se
matou enforcado, na casa ao lado. A vida que é muito louca – a mãe acarinhou seu
rosto perguntando-se por que, e o pai quis forrar a garagem pro morto não
sentir o chão gelado. Ninguém sabe por que a corda nem sempre arrebenta do lado
mais fraco...
Faço um
trato – os domingos não serão mais loucos. Apenas eu, à beira dos barbitúricos
que mataram Elis. Eles não vão saber por que – nem eu sei por que minhas unhas
cavocam sôfregas procurando segredos nus na pele branca, agora em chamas. E me
chamam a atenção.
Eu me chamo louco. Uma pessoa então comum.
Eu me chamo louco. Uma pessoa então comum.
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