quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Os garotos guerreiros

 


A vida que segue
também mede a resistência.
Se tem medo, nem vai –
fica em casa debaixo do cobertor!

Até que o barulho ensurdecedor
das crianças brincando na sala
te derrube da cama e da ilusão:

são elas as donas de sua vontade
dos seus passos, dos seus medos.

Quando eu era moleque
brinquei sozinho de matar dragões.
Meus meninos dizimam exércitos
num jogo de computador.

Diferenças não fazem diferentes.
Por eles suporto qualquer guerra,
não há terra que eu não vasculhe
procurando risadas, sorvetes
e as doces conversas do jantar.

Fossem comigo ao campo inimigo,
cantariam, contariam piadinhas.
A batalha seria mais linda e leve,
seria breve, e a gente venceria.

A gente voltaria tomando sorvete,
contando os dragões que tiveram fim.
Quando eu era moleque, faz tempo,
sempre quis guerrear assim!

CRiga.



Nenhum comentário:

Postar um comentário