Daqui de cima vejo rostos de ponta-cabeça,
nervosas e amarelas gargalhadas.
Gritam gol de Pelé, gritam me exigindo respostas,
e feito criança só faço chorar,
sibilo, babo
e perco a inocência.
Dissonante, uma canção elétrica agarra meus ouvidos,
enquanto a manivela roda minha sorte
num bizarro realejo.
num bizarro realejo.
De repente é aquela corrente
salve a mim, não a seleção.
Antes era brincadeira de criança
a disputa n’água pra ver quem tinha mais fôlego.
Estou quase perdendo disputa e fôlego,
mas a mão que agarra meus cabelos
insiste em me salvar no jogo.
Resta de mim numa cela fria
apenas um farrapo, corpo marcado,
machucado, encharcado, queimado.
Mas este é o meu corpo, a exata soma
dos sentimentos que você quase conseguiu moer.
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