quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Morrer de amor num filme de ficção

 


Vou quebrar os teus cristais.

Rasgar o teu retrato.
Amaldiçoar o teu nome.
Dizer mentiras sobre ti.
Roubar as chaves da tua casa.
Queimar a tua casa!
Vou passar pelo beco escuro
negar a esmola, olhar com pena.

E finalmente
não irei ao teu enterro,
porque ao lado do teu eterno leito
enterrado há muito muito tempo
eu já estarei te esperando
com flores e um novo roteiro
pra juntos a gente encenar.

CRiga.
(Caderno Azul, 1997)



Nenhum comentário:

Postar um comentário