segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

O vale escuro

 


Aquele profundo puxar
e soltar de ar.

Você não vê o abismo dentro dos olhos.

Uma cordinha te segura,
pescoço a prêmio.

A pele vermelha diz mais que o âmago amargo.
Mal-amado. Paga dívidas pesadas.

As asas imaginárias foram quebradas,
amassadas.

Dentes trincados à boca aberta no asfalto
malcuidado, cheira a mijo de mendigos.

Amigos são rimas que não rimam mais.

Aquele profundo não sei o quê
atalhos perdidos, um vagar vagabundo.

Um mundo inteiro pra se preocupar
e uma vontade imensa de dormir, sonhar.

Fugir.

Apenas boiar.

CRiga.



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