sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Saudosismo na ponta da língua

 


Há na gente essa língua lambendo,
dente mordendo lábios. Vontade.
Jazz do bom.

Concentração no trabalho.
Sensação de ser paralelo,
professor, reaprendiz.

Há um olhar no imaginário horizonte,
a busca pela juventude com respostas.
Tuas costas sobre meu peito,
a transa no verão.

As mãos dadas são sinceras,
não tenho mais olhos pr’outras belas,
é verdade, meu amor, são só pra você!

Enquanto a gente aprende o encaixe,
os garotos quase na adolescência
voltam a curtir o Lego guardado
no guarda-roupa sempre mofado.

É que só quero escrever uma poesia
que não me comprometa mais um dia – 
hoje resolvi ser resolvido!

O entalhe do punhal sobre o cedro
é o mesmo da faquinha fajuta do 1,99.
Corta pra gente o pão de hoje,
alimento do sempre
o mesmo bom antigamente.

CRiga.



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