Pare
respire
fundo
o
ar imundo de São Paulo.
Em
sua insana solidão transparente
procure
alguém na multidão:
não
há ninguém, não há saída!
Só
há você, vírus abalado
e
mais o rumor de um fim de mundo
oportuno
que
ecoa distorcido e clássico
nessa
cidade completamente confusa.
Parece
explodir em seu peito
uma
vontade louca de gritar
e
denunciar tardio a solidão.
Mas
o ar sem rumo de São Paulo
sufoca
a liberdade e infarta o coração
na
contramão das avenidas.
Não
há vida nem sobrevivência.
Só
há a cidade que não te enxerga
e
a porta aberta da igreja
que
não lhe serve mais.
Respire
fundo
a
cidade de São Paulo...
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