As mãos passeiam desafiando faróis
e quando os carros viram a esquina
os dedos viram espião no escuro
fugindo da luz
e encontrando abrigo
na relva molhada
e quente.
A boca quase denuncia o segredo
mas o beijo não cessa
enquanto o ar que resta nos pulmões ofegantes
volta sibilando, baixinho
suplicando ao espião amigo
e amante
mais um pouco de carinho.
Ele fica,
rouba o resto do ar da noite
e adentra mais
pela relva molhada
até o limite!...
CRiga.
(Caderno
Azul - 2000)
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