quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Um brinde a quem caminha


Há caminhos, caminhante,
trilhas, atalhos, avenidas.

Há vidas que se cruzam, encruzilhadas,
a dúvida no passo também é normal.

Há o mal, e ao lado não o bem:
há ali você também
mãos dadas ou num adeus.

Há mágoa e um rio doce,
deixe a água pura te embriagar,
te curar, todo dia é um novo batismo.

Há remédios e receitas de bolo,
bulas, mapas, livros de poesia
e alguns manuais de pra te autoajudar.

Há máquinas que não param de trabalhar,
trabalhadores que não param de maquinar
como sair, como amar num turbilhão.

Há dívidas que a gente paga de coração,
há outras que não aceitam nosso perdão.

Há no fim do arco-íris uma sexta-feira de sol,
uma flauta doce, um Ravel e um rock and roll.

Há uma mesa reservada, a bebida é gelada,
a sede de viver permanece aquela mesma.

E há no fim um novo começo,
tropeço, joelho ralado, um lado que dói.

Mas há caminhos, caminhante,
trilhas e atalhos como antes.

CRiga.



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