São
as pétalas que descolam,
caem antes tapete ao altar.
Ervas
daninhas são o jardim,
antes
cúmplice da cumplicidade.
O
peixinho morreu, boia no aquário,
e
até o gato chora a falta de fome.
O
vizinho quer encher o saco,
quer
botar o copo na parede...
Não
há louça empilhada na pia,
par
ou ímpar, não há mais refeições.
Não
levaram as crianças pra escola
triste
folga, vamos brincar lá fora.
O
quarto escuro cheira a suor envelhecido
e
o espelho do banheiro foi quebrado –
azar
maior é visita sem aviso,
compromisso
de diretoria.
Retratos
que sorriem pares da memória
estão
virados sobre o pó da estante.
Há
um instante em que morrer é bom,
mas
há também um som diferente
pra
cada lágrima que cai –
eu
hoje esqueci você um pouco mais
que
o quase nada de um ontem qualquer.
Excelente!
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