quarta-feira, 29 de março de 2017

Janaína


Quem ouviu o grito
ouviu a noite
e ouviu a vida inteira.

Os sapatos traziam pó
na volta do dia de trabalho,
as vitórias dos dias do Leão,
que é amigo
pai e mãe.

A roupa disfarçava
mas ela era a mesma menina,
a mesma.
A mãe estava no quarto
lendo Alan Kardec
com medo de descer a escada
dar um beijo de boa noite
e contar histórias de família.

Ah, menina!
O mundo é belo assim como você,
e eu te amo!
Eu quero rever a tua luz
os teus olhos azuis brilhando
e teu jeito de ensinar irmão a ler
com revistinha em quadrinhos.

Quero ver teu altar e tua felicidade
brilhando feito Jesus ressuscitando,
quero estar sempre ao teu lado
aprendendo a ler
a vida inteira
a noite inteira
feito irmãos conversando
até o dia raiar
sempre mais bonito!

CRiga.
24 de setembro de 2002,
Poemas também são feitos pra lembrar
Pra fazer lembrar, querida Jan!


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