Colecionava
selos de cartas não respondidas.
Na caixa do
correio um ninho,
Alimentava
pássaros e ilusões.
Da janela as
estrelas cadentes que contava
Eram
desejos que não valiam mais a pena.
Na calçada,
pra cada sorriso não devolvido,
Mais uma
moeda na cartola do artista falido.
Em casa, em
qualquer lado, uma parede vazia.
Um Renoir
havia dormindo debaixo da cama.
Doíam
amores de ficção – o que era verdade
Se tornava apenas invenção.
Viveu se apoiando, as costas no mofo do porão.
Morreu
tossindo sangue
Romancista
de plantão.
CRiga.
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