Procura por
algo no fundo da gaveta
e apenas o
rosto coberto pelo pó
na velha
fotografia
denuncia.
Você não
morreu
e os
barbitúricos acabaram.
Abrir de
manhã a janela molhada,
o gesto
simples e simbólico pra continuar:
é como
amputar os braços, se salvar
procurando no
brilho tímido do sol
um
sorriso-motivo pra acreditar.
Trocar a
cama, os lençóis, o travesseiro –
tem aquele
buraco irritante que sufoca.
A cada manhã
faço uma promessa nova,
minha pressa
é amiga da cicatriz vermelha.
Minha reza
por um triz não é lamento.
Eu quase não
lembro mais o dia
em que morri
junto a você.
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